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Fatores de Risco para o Linfedema no Câncer de Mama

  • Dra. Carla Silva Perez
  • 27 de nov. de 2022
  • 2 min de leitura

Atualmente, não existe uma maneira precisa de distinguir pacientes com probabilidade de desenvolver LCM, mas foi alcançado um consenso sobre alguns fatores de risco bem definidos, incluindo a dissecção dos linfonodos axilares (McDuff et al., 2019), radioterapia, principalmente envolvendo linfonodos da região axilar (McDuff et al., 2019), alto índice de massa corpórea (IMC) no momento do diagnóstico de câncer de mama (IMC ≥ 25 kg/m2) (Asdourian et al., 2017), número elevado linfonodos positivos (maior que 8) e invasão capsular do tumor (Iyigun et al., 2018).

O IMC antes do tratamento do câncer de mama é um fator de risco para o desenvolvimento futuro de LCM (Asdourian et al., 2017). Pacientes com IMC = 30 antes da cirurgia para o tratamento da doença, e aquelas que experimentam flutuações significativas no peso no pós-operatório, devem ser monitorados de perto para o risco aumentado de desenvolver LCM, já que a obesidade é um risco modificável (Jammallo et al., 2013).

Entre os pacientes com linfedema permanente, a quimioterapia com taxanos e radioterapia abrangendo a região mamária e supraclavicular foram identificados como fatores de risco independentes (Kim et al., 2016). A radioterapia é um importante fator de risco de surgimento do linfedema. Variações no desenho do campo de radiação afetam significativamente o desenvolvimento LCM. Em particular, as regiões axilares superiores parecem ser importantes predisponentes para o risco de linfedema após a dissecção axilar (Gross et al., 2018).

A predisposição genética parece também ser um importante fator para o surgimento do LCM. Estudos identificaram vários polimorfismos de nucleotídeo associados ao desenvolvimento do LCM. Ao identificar pacientes com câncer de mama que abrigam esses biomarcadores moleculares, inúmeras medidas preventivas podem ser tomadas antes da cirurgia para reduzir a incidência do LCM (Newman et al., 2012, Visser et al., 2019). Ainda pode existir uma predisposição circulatória prévia a cirurgia, mulheres que realizaram a biópsia do linfonodo axilar e a dissecção nos três níveis axilares apresentaram alterações na circulação sanguínea venosa e arterial antes e após a cirurgia igualmente (Vaz et al., 2017).

Permanece controverso se a idade e a quimioterapia são fatores de risco para LCM. Estudos anteriores sugeriram que as sobreviventes mais jovens têm maior probabilidade de apresentar LCM pois tendem a ter tumores mais agressivos e terapia mais intensiva (Geller et al., 2003, Armer et al., 2005), por outro lado, a idade mais avançada poderia ser um fator de alto risco (Engel et al., 2003), ainda há estudo mostrando que a idade não está associada ao surgimento do LCM (Paskett et al., 2007). Com relação ao tratamento quimioterápico, parece que especificamente as pacientes tratadas com quimioterapia baseada em taxanos são mais propensas a desenvolver LCM (Cariati et al., 2005, Penn et al., 2019).

A reconstrução mamária não aumenta o risco de LCM, estudos prospectivos sugerem que em pacientes para os quais a reconstrução baseada em implantes está disponível, a reconstrução imediata não aumentou o risco de linfedema em comparação com a mastectomia isolada (Miller et al., 2016; Menezes et al., 2016). No Brasil, a legislação federal garante que todo paciente mastectomizada tenha direito à reconstrução mamária a ser realizada pelo sistema público de saúde.

Viagens aéreas, punção venosa e mensuração da pressão arterial (via braçadeira) não estão associadas à exacerbação ou desenvolvimento do LCM e medidas de precaução provavelmente não são necessárias (Asdourian et al., 2016).


 
 
 

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